Um estudo recente realizado por um instituto de pesquisa política de renome nacional revelou um cenário de enfraquecimento da esquerda no Distrito Federal, trazendo projeções significativas para o pleito de 2026. A pesquisa, conduzida entre março e maio de 2025, analisou intenções de voto, aprovação de mandatos e percepção popular sobre temas sensíveis como segurança, economia, saúde e educação.
Os dados mostram uma queda consistente no apoio a partidos tradicionalmente alinhados à esquerda, como o PT, PSOL e PCdoB. De acordo com o levantamento, a soma da intenção de votos nesses partidos não ultrapassa 25%, uma queda de quase 10 pontos percentuais em relação à pesquisa similar realizada em 2022. A perda de espaço é ainda mais evidente entre os eleitores jovens e de classe média, segmentos onde a esquerda costumava ter maior adesão.
Entre os fatores apontados para esse declínio estão a frustração com promessas não cumpridas, desgaste de figuras políticas históricas e a dificuldade em apresentar novas lideranças com apelo popular. O relatório destaca ainda a percepção de que os partidos de esquerda estão distantes dos temas considerados prioritários pela população do DF, como segurança pública e mobilidade urbana.
Por outro lado, legendas de centro e direita, como União Brasil, PL e Republicanos, aparecem em ascensão. Essas siglas têm investido em pré-campanhas agressivas nas redes sociais, apostando em discursos de eficiência administrativa, conservadorismo nos costumes e combate à criminalidade — temas que vêm ganhando cada vez mais espaço no debate local.
Outro ponto relevante apontado pelo estudo é o papel das lideranças regionais. Nomes como o do atual governador, bem avaliado nas pesquisas, têm puxado o crescimento de candidatos alinhados ao seu grupo político, criando uma espécie de “efeito coattail”. Já os partidos de esquerda enfrentam dificuldades para renovar seus quadros e reposicionar suas pautas diante de um eleitorado cada vez mais pragmático.
Analistas políticos ouvidos pelo instituto acreditam que a esquerda ainda pode se recuperar, mas isso exigiria uma profunda reorganização interna, maior presença nos territórios periféricos e uma comunicação mais eficaz com a população jovem, que tem mostrado desilusão com o cenário político atual.
A pesquisa também mostra um crescimento da abstenção e do voto nulo, o que indica um sentimento de descrença generalizado com a política. Essa tendência pode favorecer candidaturas outsider, ou seja, nomes novos ou vindos de fora do sistema político tradicional.
Para 2026, o cenário projetado é de um campo progressista fragmentado e enfraquecido, enquanto os setores de direita e centro-direita caminham para a consolidação de candidaturas competitivas. Essa mudança de equilíbrio pode ter efeitos não apenas nas disputas locais, mas também na composição da bancada do DF no Congresso Nacional.
Embora ainda haja tempo até as eleições, os dados servem de alerta para os partidos de esquerda, que precisarão rever estratégias, ouvir as ruas e apresentar soluções concretas para reconquistar a confiança do eleitorado. O jogo político está longe de estar definido, mas o sinal emitido pela pesquisa é claro: a esquerda no Distrito Federal precisa se reinventar se quiser voltar a ser protagonista em 2026.