Desmatamento do Cerrado no Distrito Federal tem queda histórica de 95,1% em 2024.

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O Distrito Federal obteve, em 2024, o maior recuo proporcional de desmatamento entre todas as unidades da Federação, com uma redução histórica de 95,1% na supressão vegetal do Cerrado. Os dados são do Relatório Anual de Desmatamento (RAD 2024), produzido pela iniciativa MapBiomas. A área desmatada caiu de cerca de 638 hectares em 2023 para apenas 31 hectares neste ano.

O resultado expressivo é atribuído ao fortalecimento do Sistema Distrital de Informações Ambientais (SISDIA), que passou a operar com um novo Módulo de Monitoramento e Controle. A plataforma reúne em tempo quase real alertas de desmatamento, focos de calor e imagens de satélite, permitindo uma atuação integrada e ágil entre órgãos ambientais, forças de segurança e Defesa Civil. O sistema viabiliza desde a mobilização de equipes de campo até a lavratura imediata de autos de infração e o acompanhamento da regeneração das áreas degradadas.

A estrutura do SISDIA conecta 14 órgãos do Governo do Distrito Federal e registra mais de 6 mil acessos mensais. O cruzamento de dados — como limites de unidades de conservação, cadastros rurais, cicatrizes de queimadas e imagens do programa Brasil MAIS Imagens — tem reforçado as ações de fiscalização, prioridade do Comitê de Governança de Controle da Grilagem.

Outro diferencial foi a incorporação automática dos laudos do MapBiomas Alerta à base de dados do sistema. Com isso, as equipes de fiscalização conseguem acessar análises detalhadas sobre cada alerta e priorizar as vistorias com mais eficiência, emitindo autos de infração no mesmo dia em que o alerta é publicado. A medida reduziu drasticamente o tempo de resposta do Estado.

Além do desmatamento, o sistema também acompanha os focos de calor. Entre 1º de janeiro e 15 de julho deste ano, o DF registrou um aumento de 94% nesse tipo de ocorrência em relação ao mesmo período de 2023, passando de 39 para 76 registros. As informações têm sido fundamentais para a mobilização rápida de brigadistas e a atuação das salas de situação na prevenção de incêndios florestais.

Para a vice-governadora do DF, Celina Leão, o avanço é resultado de uma gestão estratégica aliada à tecnologia.

“Essa redução histórica é prova de que a integração entre inteligência, planejamento e ação de campo funciona. O DF está demonstrando que é possível proteger o meio ambiente com eficiência e colaboração entre os órgãos públicos”, afirmou.

Segundo o secretário de Meio Ambiente do DF, Gutemberg Gomes, o investimento em tecnologia tem sido decisivo para o sucesso da fiscalização.

“Fizemos da inteligência geográfica a espinha dorsal do combate ao desmatamento. Foram R$ 2 milhões aplicados na modernização da plataforma, que agora integra dados estratégicos como laudos do MapBiomas, focos de calor do INPE e alertas do BrasilMais. Isso se traduz em mais agilidade, transparência e menor pressão sobre o nosso Cerrado”, destacou.

A próxima etapa do projeto prevê o aprimoramento funcional do SISDIA. Equipes da Secretaria de Meio Ambiente (Sema-DF), Brasília Ambiental, DF-Legal, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Secretaria de Segurança Pública trabalham no ajuste de protocolos de resposta rápida, auditorias e filtros de alerta. A meta para 2025 é ampliar a efetividade das ações de proteção ao Cerrado, conter o avanço irregular sobre áreas preservadas e intensificar o controle de queimadas.

Com informações da Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema-DF).

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