Faltando mais de um ano para as eleições de 2026, o cenário político do Distrito Federal já começa a se movimentar com intensidade. Na noite desta terça-feira (24), um jantar político na residência do bispo JB Carvalho reuniu algumas das principais figuras da direita nacional e local, selando uma aliança estratégica com impacto direto nas urnas: o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) caminham para uma união eleitoral robusta, com foco no Senado e no Executivo local.
Também presentes no encontro, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro reforçaram o sinal verde para a aproximação entre MDB, PL e PP. A reunião consolidou o que há meses era ventilado nos bastidores: uma frente ampla da direita no DF, com Ibaneis e Michelle como principais articuladores de uma composição com alta densidade eleitoral e forte apelo ideológico.
Do lado do governador Ibaneis Rocha, a força política vem de uma gestão bem avaliada, da reeleição em primeiro turno e do comando de uma base partidária expressiva — que inclui Republicanos, União Brasil e PSD. Já Michelle Bolsonaro, além de seu próprio capital político, agrega o carisma do bolsonarismo, o discurso conservador e a ligação direta com o eleitorado evangélico e feminino, segmentos estratégicos no DF.
A possível composição para o Senado — com Michelle e Ibaneis na disputa pelas duas vagas — projeta um cenário inédito: a conquista integral das cadeiras pela direita. Ao mesmo tempo, a aliança serve de trampolim para Celina Leão (PP), atual vice-governadora e pré-candidata ao Palácio do Buriti. Com o apoio do governador e de três dos maiores partidos da base federalista, Celina desponta como nome competitivo para o Executivo local.
Mais do que um arranjo pragmático, a aliança desenha um bloco programático e coeso, combinando experiência administrativa, discurso conservador e capacidade de mobilização. A narrativa construída — de gestão eficiente com princípios ideológicos claros — dialoga diretamente com o eleitorado que impulsionou o bolsonarismo no DF e sustenta a popularidade de Ibaneis Rocha.
A movimentação política, embora ainda em fase inicial, é estratégica. Ao formar um campo unificado da direita, o grupo evita fragmentações internas e antecipa a disputa com possíveis adversários da esquerda e do centro. Também representa um recado claro: o DF será um dos principais palcos da disputa nacional em 2026, com um eleitorado cada vez mais polarizado.
Nos bastidores, interlocutores próximos ao governador classificam o jantar como um divisor de águas. A aposta é de que, mantendo a unidade entre os partidos e a força eleitoral dos nomes envolvidos, o grupo pode não apenas vencer, mas consolidar um novo ciclo de hegemonia política na capital federal.
Ainda há terreno a ser percorrido até 2026, mas a largada já foi dada — e com força. A estratégia de Ibaneis Rocha, com apoio de Michelle e Jair Bolsonaro, não apenas mira os cargos em disputa, mas busca influenciar os rumos da política regional e, potencialmente, nacional.