O Brasil vive, em 2025, um ambiente político marcado por intensa polarização, embates institucionais e crescente participação popular nas redes sociais. Enquanto o governo federal busca avançar com reformas econômicas e medidas de contenção de gastos, a oposição se mobiliza contra pautas consideradas impopulares, como a reforma administrativa e a flexibilização de regras ambientais. No Congresso Nacional, as articulações para as eleições municipais de 2024 ainda reverberam, com partidos redefinindo alianças e estratégias para 2026.
De acordo com dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a percepção da população sobre a política permanece em níveis de descrença. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) revela que apenas 18% dos brasileiros afirmam confiar em partidos políticos, enquanto 62% demonstram insatisfação com o funcionamento das instituições democráticas. A baixa confiança reflete o sentimento de distanciamento entre representantes e representados.
Ainda assim, os dados apontam para uma mudança de comportamento. Mais brasileiros estão acompanhando notícias políticas e utilizando as redes sociais como principal meio de informação. Cerca de 73% da população economicamente ativa diz buscar entender as decisões governamentais que afetam diretamente seu cotidiano. O aumento no interesse político, no entanto, não vem acompanhado de maior participação formal, como filiação partidária ou presença em audiências públicas.
O IBGE também identificou um crescimento no número de jovens entre 16 e 24 anos com interesse por temas ligados à cidadania, meio ambiente e políticas públicas. Essa parcela da população, ainda que cética quanto à política tradicional, se mostra engajada em movimentos sociais, causas identitárias e ações de impacto local. O uso da tecnologia tem sido um diferencial: aplicativos de denúncia, mobilização e campanhas digitais ganharam força.
As discussões sobre corrupção seguem entre os temas que mais mobilizam opiniões. Escândalos envolvendo figuras públicas, tanto da base quanto da oposição, reforçam o sentimento de impunidade. Para 64% dos entrevistados, a corrupção é o principal problema do país, à frente de desemprego e segurança. A descrença se estende ao Judiciário, cujas decisões muitas vezes são vistas como politizadas.
Apesar do clima de desconfiança, analistas apontam que a democracia brasileira segue resiliente. As instituições se mantêm em funcionamento, o debate público é constante e a liberdade de imprensa continua vigorosa. O grande desafio é aproximar a política da população, recuperando a credibilidade e fortalecendo os mecanismos de participação social.
Em resumo, o Brasil vive uma fase de transição em sua cultura política. Os dados do IBGE revelam um cidadão mais crítico, conectado e atento, mas ainda distante das estruturas formais de poder. O fortalecimento da democracia depende agora da capacidade dos agentes públicos de ouvir a sociedade e construir políticas que dialoguem com as demandas reais da população.