A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta terça-feira (19), em sessão marcada por intensos debates políticos, o projeto de lei que autoriza o Banco de Brasília (BRB) a adquirir parte do capital social do Banco Master. A proposta, enviada em regime de urgência pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), foi aprovada em dois turnos e redação final, com 14 votos favoráveis e 7 contrários.
O projeto permite ao BRB assumir 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais da instituição privada. Para o Executivo, a medida é estratégica para ampliar a presença do banco público em novos segmentos e fortalecer sua capacidade de investimento.
A tramitação acelerada foi alvo de críticas da oposição, que questionou a falta de tempo para análise mais aprofundada da operação. Já a base do governo atuou para garantir maioria em plenário e alinhou o discurso em torno da importância da iniciativa para o desenvolvimento econômico do DF.
A aprovação só foi viabilizada após acordo político em torno de um substitutivo apresentado pela bancada do PT, que retirou do texto a possibilidade de autorizações genéricas para que o BRB participasse de outras instituições financeiras no Brasil e no exterior. Com a mudança, a autorização passou a ser restrita exclusivamente à operação com o Banco Master.
Setores empresariais também se posicionaram no debate, divulgando carta aberta em defesa da aquisição. Antes da votação, o CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, esteve na CLDF para detalhar os impactos da operação, defendendo que a expansão permitirá ao banco gerar mais dividendos e ampliar a oferta de crédito, revertendo ganhos em políticas públicas e em geração de emprego e renda.
Com a aprovação legislativa, a matéria segue para sanção do governador Ibaneis Rocha. O aval da CLDF era uma exigência do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Justiça para a continuidade da operação.
