O Distrito Federal registrou, em 2024, o menor número de roubos em transportes coletivos dos últimos dez anos, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). Foram 229 ocorrências ao longo do ano, representando uma redução de 49,3% em relação a 2023 e um declínio expressivo de 93% em comparação ao pico histórico de 3.130 registros, em 2016.
A redução é amplamente atribuída a uma série de ações estratégicas implementadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF), incluindo a intensificação do videomonitoramento e o uso de tecnologias de inteligência para prevenção e combate ao crime.
Queda expressiva em regiões estratégicas
Dez regiões administrativas apresentaram redução nos casos, com destaque para Samambaia, Estrutural, Ceilândia e Santa Maria. Samambaia, por exemplo, teve uma queda de 71% no número de ocorrências, passando de 137, em 2023, para 40, em 2024. Na Estrutural, o total caiu de 62 para 23 casos, uma redução de 63%. Já Ceilândia e Santa Maria apresentaram diminuições de 45% e 41%, respectivamente.
Além disso, sete regiões administrativas – Gama, Brazlândia, Guará, Cruzeiro, Varjão, Vicente Pires e Fercal – não registraram nenhum caso de roubo em coletivos no ano passado.
Tecnologia e operações de inteligência
O combate à criminalidade em transportes públicos foi reforçado pelo uso de aproximadamente 1,3 mil câmeras de vigilância distribuídas em pontos estratégicos no DF. Essas ferramentas, combinadas com sistemas de inteligência, permitem identificar padrões de atuação criminosa e orientar as investigações de forma mais eficiente.
Em 2024, a Polícia Civil do DF (PCDF) deflagrou operações específicas para desarticular quadrilhas especializadas. A operação Linha Segura resultou na prisão de suspeitos envolvidos em roubos na Ponte JK, enquanto a ação Ponto Certo capturou criminosos que agiam em pontos de ônibus de Samambaia. Além disso, o uso de imagens internas dos coletivos foi fundamental para prisões, como a de um suspeito de cometer assaltos em Planaltina.
Digitalização como fator preventivo
Outro elemento que contribuiu para a queda nos índices foi a redução da circulação de dinheiro nos coletivos. Desde julho de 2024, o transporte público do DF passou a operar exclusivamente com pagamentos digitais, aceitando cartões de crédito e débito, bilhetes avulsos, vale-transporte, passe estudantil e o cartão BRB Mobilidade.
A modernização do sistema de pagamento dificultou ações criminosas, já que a ausência de dinheiro em espécie nos veículos reduziu o atrativo para roubos.
Com a continuidade dessas políticas de segurança e modernização, o GDF espera consolidar os avanços e manter os índices de criminalidade em queda no setor de transporte público.